Personalizar preferências de consentimento

Usamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para habilitar as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre Ativo

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Performance cookies are used to understand and analyse the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customised advertisements based on the pages you visited previously and to analyse the effectiveness of the ad campaigns.

Blog da Denize Bacoccina

Denize Bacoccina é jornalista e especialista em Relações Internacionais. Foi repórter e editora de Economia e correspondente em Londres e Washington. Cofundadora do projeto A Vida no Centro, mora no Centro de São Paulo. Aqui é o espaço para discutir a cidade e como vivemos nela.

Satyrianas volta à Praça Roosevelt: o amor venceu a intolerância

Associação dos Moradores da Roosevelt e retorno das Satyrianas à Praça Roosevelt são duas boas novidades para quem quer uma cidade aberta e democrática

No ano passado, escrevi que um grupo minoritário, mas com capacidade de articulação com os órgãos oficiais, havia sequestrado a voz dos moradores e imposto sua visão de mundo no Centro de São Paulo, especialmente na Praça Roosevelt. Uma visão higienista e preconceituosa, intolerante com a convivência social e negociações inerentes à vida em sociedade – especialmente no Centro de uma grande metrópole como São Paulo.

Com tradição ligada à cultura (foi um ponto de referência da Bossa Nova em São Paulo e cenário de vários filmes nos anos 1950 e 1960) e à boemia, a Praça Roosevelt passou por um período de decadência no fim do século 20, quando virou um local abandonado e perigoso. Só foi resgatado como um espaço de convivência cidadã nos últimos anos, graças à ação dos teatros e dos bares e restaurantes que ali se instalaram e dos skatistas, que ajudam a manter a praça como um local seguro para quem mora ou caminha pela região.

Ainda assim, a pressão de um grupo de moradores intolerantes, com argumentos preconceituosos – “eles não moram aqui, por que não ficam lá no bairro deles”? – conseguiu a proibição de qualquer atividade na praça. De qualquer tipo, a qualquer hora do dia.

Duas novidades, nos últimos dias, mostram que isso está prestes a mudar. A Praça Roosevelt pode voltar a ser um ponto de encontro de moradores e visitantes do Centro, um local para passear com o cachorro, ensinar os filhos a andar de skate ou bicicleta, namorar ou se encontrar com os amigos, tomar um café ou uma cerveja nas mesinhas que aproveitam a agradável sombra das árvores. E, em alguns dias, também ver performances artísticas.

Novidade: Associação dos Moradores da Praça Roosevelt

A primeira novidade é a formalização de uma Associação dos Moradores da Praça Roosevelt. Presidida por Fernando Mazzarolo, a associação tem como objetivo promover a convivência harmônica entre os moradores e os frequentadores da praça, sejam estes moradores ou não do local. Ao mesmo tempo, quer estimular os cuidados com a praça enquanto espaço público, envolvendo moradores e visitantes com a melhoria na limpeza e manutenção dos equipamentos públicos.

Em uma primeira reunião como prefeito regional, Eduardo Odloak, foi solicitado – e aceito – lixeiras mais adequadas ao grande número de visitantes que o local recebe nos fins de semana. Nos próximos dias, você vai ver aqui uma entrevista com Fernando para detalhar o papel da associação (que tem o apoio do A Vida no Centro) como promotora de uma praça democrática, cultural e acolhedora, onde as diversas atividades culturais e de lazer convivam em harmonia e em respeito ao descanso dos moradores.

Satyrianas volta à Praça Roosevelt

A segunda novidade é a volta do Satyrianas à praça. No ano passado, um decreto do prefeito João Doria proibiu qualquer tipo de evento na Roosevelt, em qualquer horário do dia. E o Satyrianas, um evento organizado pela companhia de teatro Os Satyros desde 2000, pela primeira vez em 18 anos só teve atividades dentro dos teatros e nada da programação infantil, gratuita, que costumava ocupar a praça durante o dia.

A mudança foi acertada numa reunião do prefeito Bruno Covas com o produtor cultural Alê Youssef, do bloco de carnaval Baixo Augusta, e do cofundador dos Satyros Ivam Cabral. “O Brunos Covas foi muito legal, teve abriu o diálogo e nos ouviu. É muito importante essa disposição para a interlocução”, contou Ivam Cabral ao A Vida no Centro. O prefeito vai editar uma portaria criando uma exceção para eventos que façam parte do calendário oficial da cidade ou do Estado. É o que acontece na Avenida Paulista, por exemplo, com a Parada do Orgulho LGBT.

Festival está no calendário oficial do Estado de São Paulo

O sinal verde da Prefeitura já animou os organizadores do festival, que foi marcado para os dias 11 a 14 de outubro – são 72 horas de programação ininterrupta, com centenas de apresentações de teatro, música, dança, circo, palhaços e outras manifestações artísticas, em apresentações pagas ou gratuitas, em diversos teatros e também – de novo – ao ar livre.

O tema não podia ser mais adequado: Satyrianas do Amor. “Não vamos falar apenas do amor romântico, mas amor à cultura, amor ao teatro, amor à cidade, amor ao refugiado, amor aos animais”, conta o coordenador do evento, Gustavo Ferreira. A programação na praça vai no máximo até dez da noite. Sem fogos de artifício para não assustar os animais e com bailinho do amor, na madrugada, em algum dos espaços fechados. Para que todos possam curtir durante o dia, e à noite escolher o que mais convém: descanso para quem é de descanso, balada para quem é de balada. E, para todos, uma cidade com o espaço compartilhado.

Leia também: CONHEÇA TODOS OS BARES DA PRAÇA ROOSEVELT, O POINT DA BOEMIA NO CENTRO DE SÃO PAULO

COMO SERÁ O NOVO CULTURA ARTÍSTICA. VEJA OS DETALHES DO PROJETO

GRUPO OFERECE SESSÕES GRATUITAS DE PSICANÁLISE NA PRAÇA ROOSEVELT